A Deutsche Welle (DW) informou que a Comissão Europeia considera “sustentáveis” investimentos em energia nuclear e gás, contanto que usem tecnologias mais avançadas. Objetivo da União Europeia (UE) é atingir neutralidade de emissões de carbono até 2050.
Nesta quarta-feira, dia 6, o Parlamento Europeu aprovou proposta a qual classifica a energia nuclear e o gás natural como investimentos “verdes”. A decisão foi tomada com relação à iniciativa lançada pela Comissão Europeia em fevereiro passado em prol da sustentabilidade de investimentos em usinas nucleares e a gás natural para a produção de eletricidade, desde que usem as tecnologias mais avançadas.
De acordo com a DW, a classificação (conhecida como taxonomia) tem o objetivo de ajudar a mobilizar fundos privados para projetos baseados nessas duas fontes energéticas. A iniciativa está ligada à meta da UE de alcançar a neutralidade de carbono até o ano 2050. Uma moção para bloquear a proposta não teve efeito, pois recebeu 328 votos contra e apenas 278 a favor – foram 33 abstenções.
A proposta que classifica a energia nuclear e o gás natural como investimentos “verdes” provavelmente avançará, embora o Conselho da União Europeia (principal instância de decisão do bloco), que representa os países e é o outro colegislador do grupo, possa rejeitá-la. Para tanto, é necessário que até a próxima segunda-feira, dia 11, 20 de 27 nações da UE – que representem pelo menos 65% da população do bloco – sejam contra o texto, o que é considerado pouco provável.
Vitória de bloco conduzido pela França
O plano tem respaldo de um bloco de países favoráveis à geração nucleoelétrica comandado pela França – o país mais “nuclearizado do mundo”, do qual fazem parte também Finlândia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Bulgária e Eslováquia. Esse grupo derrotou nações antinucleares: a líder Alemanha, Áustria, Dinamarca e Luxemburgo.
Como a fonte nuclear não emite dióxido de carbono, ajudando a descarbonizar a matriz, a maior crítica recai sobre rejeitos radioativos, que são ínfimos quando comparados ao volume da eletricidade produzida, bem como são armazenados com altos padrões de segurança e vigilância e, ainda, podem vir a ser reprocessados futuramente.
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Votação
A proposta teve o apoio da maioria do Partido Popular Europeu, de centro-direita, a maior bancada do Parlamento Europeu, que confirmou que 107 de seus parlamentares pretendiam votar a favor.
Os legisladores do grupo centrista Renovar a Europa foram amplamente a favor da proposta, enquanto os verdes e os social-democratas se opuseram majoritariamente. Um total de 353 legisladores – a maioria dos 705 legisladores do Parlamento – são necessários para rejeitar um projeto de lei.
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Foto: Divulgação DW
Fonte: Deutsche Welle (DW) | md/bl (EFE, AFP, DPA, Reuters)