A Tokamak Energy, empresa de pesquisa de fusão nuclear no Reino Unido, anunciou que seu tokamak esférico ST40 confinou plasma a 100 milhões de graus Celsius, o limite necessário para viabilizar comercialmente a fusão.
Sediada em Oxford, a Tokamak Energy declarou que esta é “de longe a temperatura mais alta já alcançada em um tokamak esférico e por qualquer um financiado de maneira privada”. A empresa destacou que, apesar de vários laboratórios governamentais já terem reportado que atingiram plasmas com temperaturas acima dos 100 milhões de graus Celsius, seu marco ocorreu em apenas cinco anos, após um investimento inferior a 66 milhões de dólares, em um dispositivo de fusão muito mais compacto. Além disso, a corporação frisou que o alcance da temperatura em sua máquina foi verificado por um conselho independente composto por especialistas estrangeiros.
“Essa conquista ratifica ainda mais os tokamaks esféricos como meios ideais para a entrega de energia de fusão comercial limpa, segura, barata, escalável e globalmente implantável”, afirmou a Tokamak Energy.
O ST40, agora, passará por atualizações e será utilizado para desenvolver tecnologias para futuras máquinas de fusão nuclear – os reatores tokamak usam super ímãs para conter e isolar o plasma a fim de que o mesmo atinja as altas temperaturas necessárias para a fusão nuclear.
Novo dispositivo – O ST-HTS poderá ser o primeiro tokamak esférico do mundo a demonstrar o potencial de ímãs supercondutores de alta temperatura, devendo ser comissionado em meados desta década. A máquina utilizará tecnologias avançadas necessárias para a fusão nuclear e servirá como base para o projeto de uma primeira planta-piloto de fusão no planeta, a ser comissionada nos anos 2030.
Comentário da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN):
O domínio da fusão nuclear é o Santo Graal energético buscado há décadas pela humanidade, pois a técnica proporcionará energia limpa, segura, confiável e praticamente ilimitada. Contudo, ao mesmo tempo em que o mundo investe, corretamente, em estudos nesse campo, é preciso aumentar o uso da fissão nuclear, processo que ocorre dentro dos reatores das atuais usinas nucleares, uma vez que a tecnologia é amplamente consolidada e também é considerada limpa, segura e confiável. Além disso, no caso específico do Brasil, temos um “pré-sal” de urânio a ser explorado, pois o País detém a sexta maior reserva do mineral no mundo com apenas cerca de 30% de seu território prospectado. Aproveitemos!
Foto: Tokamak esférico ST40 / Crédito: Tokamak Energy
Fonte: World Nuclear News – WNN (https://www.world-nuclear-news.org/Articles/Tokamak-Energy-achieves-crucial-plasma-temperature)