Japão vislumbra expansão da energia nuclear

Japão vislumbra expansão da energia nuclear

A Revista Veja noticiou que o Japão decidiu religar mais usinas nucleares e analisa construir unidades da próxima geração e estender a vida operacional dos reatores existentes, segundo informou ontem, dia 24, o premiê nipônico, Fumio Kishida. Essa série de medidas pró-nucleares, que simbolizam uma grande alteração na política de energia nuclear japonesa, é motivada pela guerra da Rússia na Ucrânia, que tem acarretado em crescentes custos de energia e em mudança na opinião pública.

Outrora um dos países mais “nuclearizados do mundo”, o Japão manteve, na esteira do acidente na central nuclear de Fukushima-Daiichi, em março de 2011, a maioria de seus reatores ociosos. Agora, o pedido do primeiro-ministro às autoridades é em prol da apresentação de medidas concretas até o fim do ano, incluindo “ganhar a compreensão do público” sobre energia sustentável e a fonte nuclear.

Nesse contexto, ainda segunda a Veja, autoridades governamentais se reuniram ontem com o intuito de elaborar um plano para a chamada “transformação verde”, destinada a atender as metas ambientais da terceira maior economia mundial. A energia nuclear, que foi profundamente contestada pelo público após o acidente de Fukushima, agora é vista por alguns no governo como um componente para essa transformação verde. Já na opinião pública, a mudança também é notória, uma vez que os preços dos combustíveis aumentaram muito por conta da guerra na Ucrânia e uma onda de calor durante junho e julho “forçou” a população japonesa a economizar muita energia.

Com uma geografia complexa, pois seu território ocupa um arquipélago, o Japão precisa de energia nuclear porque sua rede elétrica não está conectada a países vizinhos e tem importado há anos muitos combustíveis fósseis, uma vez que não possui muitos recursos naturais. Inclusive, em julho o governo admitiu a expectativa de religar mais usinas nucleares a tempo de evitar qualquer crise de energia durante o inverno. Na ocasião, o país asiático possuía sete reatores em operação, com outros três desligados em virtude de manutenção. Muitos outros ainda estão passando por um processo de relicenciamento sob padrões de segurança mais rígidos impostos após Fukushima.

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Foto: Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida / Getty Images

Fonte: Revista Veja