INB inaugura cascata de enriquecimento isotópico de urânio e conclui primeira etapa de usina

INB inaugura cascata de enriquecimento isotópico de urânio e conclui primeira etapa de usina

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) inaugurou na última sexta-feira, dia 25/11, na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende/RJ, a décima cascata de ultracentrífugas – conjunto de equipamentos que realiza a concentração do urânio em seu isótopo físsil, capaz de gerar energia. Com isso, a empresa finaliza a primeira fase da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio e reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais. A entrada em operação da décima cascata possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 70% da demanda das recargas anuais da usina nuclear Angra 1, correspondendo a um acréscimo de, aproximadamente, 5% em relação à capacidade atual.

Durante seu discurso, o presidente da INB, Carlos Freire Moreira, ressaltou que esse passo da empresa deve ser motivo de orgulho para todos os brasileiros, visto que o enriquecimento isotópico de urânio é uma tecnologia de ponta e 100% nacional, desenvolvida pela Marinha do Brasil em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/Cnen). “O domínio dessa tecnologia é uma etapa fundamental para a fabricação dos elementos combustíveis, que abastecem atualmente os reatores das usinas Angra 1 e 2, e, dentro em breve, para a futura usina de Angra 3”, disse o presidente, que agradeceu ainda ao atual ministro Adolfo Sachsida, o ex-ministro Bento Albuquerque, além do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP), Ipen e colaboradores da fábrica.

Freire destacou ainda que o futuro se revela bastante promissor para a INB, incorporada recentemente à Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar), tendo em vista que o Brasil tem o domínio completo do ciclo do combustível nuclear e conta com imensos recursos de urânio. “Com a flexibilização do monopólio, a INB poderá se tornar um player no mercado mundial de urânio, gerando emprego e renda para a nossa sociedade”, destacou.

Para o presidente da Eletronuclear, Eduardo Souza Grivot Grand Court, a inauguração da décima cascata é de extrema importância devido à parceria que a Eletronuclear tem com a INB. “Ela é nosso único fornecedor de combustível e, quanto mais desenvolvido o trabalho da INB, mais segurança nós temos para as usinas de Angra 1 e 2 e, futuramente, Angra 3. Então eu considero um marco fundamental, principalmente agora que nós fazemos parte do mesmo grupo, em que a ENBPar é a controladora”, disse, ressaltando ainda que a Eletronuclear, junto à ENBPar, tem um plano para auxiliar os investimentos do desenvolvimento das novas etapas de enriquecimento de urânio e da fabricação do elemento combustível da INB.

O vice-almirante Guilherme Dionízio, do CTMSP, ressaltou que no momento a energia nuclear surge como alternativa confiável para garantir uma demanda em expansão no mundo. “Neste sentido, o Brasil encontra-se em posição de destaque, já que possui uma das maiores reservas de urânio do planeta, além de ser um dos poucos países que domina a tecnologia completa do ciclo do combustível nuclear”, disse. Dionízio contou que, ao longo da execução do contrato entre a Marinha e a INB houve vários avanços relacionados à tecnologia, que melhoraram o desempenho das ultracentrífugas.

O presidente da ENBPar, vice-almirante Ney Zanella, reconheceu o esforço e abnegação de construir uma cascata dentro das dificuldades que a INB vinha enfrentando com restrições orçamentárias. “Isso demonstra que cada um tinha o foco de contribuir para que o projeto fosse bem-sucedido”, declarou. Zanella citou ainda a importância da Marinha e dos institutos de pesquisa para o desenvolvimento da tecnologia, assim como de órgãos internacionais como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc), que segundo ele, apoiam e mostram a transparência do setor nuclear.

De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.

PRESENÇAS – O evento contou com a presença de representantes de diversas instituições como CTMSP, Abacc, Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S/A (Amazul), Ipen/Cnen e ENBPar, além do deputado federal Júlio Lopes e o prefeito de Resende, Diogo Balieiro.

AMPLIAÇÃO – A implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio da empresa, projeto industrial estratégico do Ciclo do Combustível Nuclear, foi iniciada em 2000, em Resende/RJ. Em 2006, foi inaugurada a 1ª cascata de ultracentrífugas, fato que inseriu o Brasil no seleto grupo de países detentores dessa tecnologia.

A implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da FCN está sendo realizada, de forma modular, em duas fases. A segunda será composta por trinta cascatas.

O projeto para a implantação da 2ª fase, denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (Uceu), já foi iniciado com o projeto básico, que se encontra em elaboração, e com a solicitação de licenças aos órgãos de fiscalização: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

Quando a implantação da Usina estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência de enriquecimento de urânio. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, até 2037, a demanda de Angra 3.

Saiba mais sobre cada etapa do ciclo do combustível no site da INB aqui.

Inauguração de cascata de enriquecimento isotópico de urânio na INB
Divulgação INB (clique para ampliar)

A notícia foi publicada originalmente no site da Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

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Foto em destaque: Descerramento da placa de inauguração da 10ª cascata de enriquecimento de urânio / Divulgação INB

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Indústrias Nucleares do Brasil (INB)