De acordo com o Sistema de Informação de Reatores de Potência da Agência Internacional de Energia Atômica (Pris/IAEA, na sigla em inglês), a fonte nucleoelétrica teve um grande destaque em 2021, quando alcançou sua segunda maior produção mundial anual da última década. Conforme destacou o site Petronotícias, essa eletricidade de baixa emissão, segura e confiável colaborou demasiadamente no ano passado, que foi marcado por crises globais, incluindo a ainda presente pandemia de COVID-19.
Dados do Pris/IAEA indicam que a energia nuclear desempenhou um papel fundamental para ajudar a economia mundial a se recuperar em 2021, proporcionando um rápido aumento na geração elétrica, após queda acentuada durante os bloqueios pandêmicos mais intensos em 2020. A Ásia teve o maior aumento, com a produção de energia nuclear crescendo 10% – o nível mais alto em uma década.
De acordo com a AIEA, “quando uma crise de energia eclodiu em 2021 em meio ao aumento da demanda global, após mais de um ano de pandemia, a energia nuclear demonstrou sua confiabilidade duradoura, principalmente no inverno. Nos últimos cinco anos, as usinas nucleares programaram paralisações de reabastecimento e manutenção em meio à baixa demanda durante a primavera e o outono para garantir o fornecimento de eletricidade no inverno”. Conforme noticiou o Petronotícias, o fator de disponibilidade da matriz nuclear na Europa Ocidental e Oriental (onde os invernos são rigorosos) tem sido consistentemente alto, entre 83% e 90%, desde 2017. Esse níveis, na verdade, não chegam a ser surpreendentes, pois uma das principais características da fonte nuclear, que é de base, é proporcionar firmeza e robustez a um sistema elétrico.
No fim de 2021, a capacidade operacional mundial de energia nuclear era de 389,5 gigawatts-elétricos (GWe), sendo distribuída por 437 reatores de potência instalados em 32 países. A matriz nuclear mostrou tendência de crescimento gradual na última década, com a inclusão de 20,7 GWe em capacidade de novas usinas conectadas à rede ou de atualizações de plantas mais antigas.
“Ao longo de 2021, os reatores de energia nuclear forneceram 2.653,1 TWh [terawatts-hora] de eletricidade despachável de baixa emissão, um pouco mais do que 2020 e representando cerca de 10% da geração total de eletricidade global e mais de um quarto da geração de eletricidade de baixo carbono do mundo”, salientou a Agência, que é vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Grandes destaques
De acordo com o Petronotícias, Oriente Médio e Sul da Ásia tiveram o maior aumento de geração nuclear em 2021 – 20% a mais do que em 2020. Pelo segundo ano consecutivo, a China produziu mais nucleoeletricidade do que a França – nação com a maior fatia de fonte nuclear em sua matriz elétrica (70%) – e ficou atrás apenas dos EUA no ranking mundial de países produtores de energia nuclear. A Europa Oriental, por sua vez, gerou mais eletricidade via fonte nuclear em uma década justamente no ano passado – aumento de 6% em comparação com 2020 e cerca de 15% com 2010.
Em 2021, seis novas usinas nucleares, totalizando capacidade instalada de 5,2 GWe, foram conectadas à rede. Todas essas unidades são asiáticas, das quais três na China (Tianwan 6 – 1.000 MWe, Hongyanhe 5 – 1.061 MWe e Shidao Bay 1 – 200 MWe), uma na Índia (Kakrapar 3 – 630 MWe), uma no Paquistão (Kanupp 2 – 1.017 MWe) e uma nos Emirados Árabes Unidos (Barakah 2 – 1.310 MWe). Quase todos esses novos reatores são do tipo de água pressurizada (PWR, na sigla em inglês), que é o mais comum no mundo e presente nas usinas de Angra dos Reis, excetuando o indiano (água pesada pressurizada – PHWR) e o chinês Shidao Bay 1 (reator modular de alta temperatura refrigerado a gás de nova geração – HTGR).
Saiba mais acessando o site da AIEA.
+ Usinas nucleares no mundo e demanda de urânio – junho de 2022
+ Planos para novas usinas nucleares no mundo
Imagem principal: Banner do Pris/IAEA / Divulgação AIEA
Fonte: Petronotícias