A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi informada ontem, dia 13, que engenheiros ucranianos fizeram mais progressos nos reparos da infraestrutura vital de energia nas proximidades da central nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP, na sigla em inglês), fornecendo a ela um acesso renovado a uma terceira linha de energia de reserva.
A linha de backup de 150 quilovolts (kV) foi novamente disponibilizada à maior central nuclear da Ucrânia – e da Europa – após o conserto da instalação elétrica no pátio de manobras de uma usina termelétrica próxima, alguns dias depois de ter sido danificada por bombardeios que também mergulharam a cidade de Enerhodar na escuridão.
Isso significa que, felizmente, todas as três linhas de energia de backup para a ZNPP foram restauradas nos últimos dias. Uma delas – 750/330 kV – está agora fornecendo ao sítio a eletricidade externa necessária para resfriamento e outras funções essenciais de segurança. As linhas de 330 kV e 150 kV estão em reserva. Todos os seis reatores de Zaporizhzhia estão em estado de desligamento a frio, mas ainda precisam de energia para manter as funções de segurança demandadas.
Como resultado do reparo do pátio de manobra, algumas pessoas em Enerhodar – que sofreram um apagão completo na semana passada – estão novamente recebendo eletricidade. Enquanto a usina termelétrica não estiver operando, tal pátio pode ser usado para acessar a eletricidade da rede da Ucrânia.
Apesar desses avanços relacionados à situação da ZNPP, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, enfatizou novamente que a situação de segurança e proteção física da instalação – tomada por forças russas, mas operada por funcionários ucranianos no meio de uma zona de guerra – permanece precária. Embora não tenham ocorrido bombardeios em Zaporizhzhia ou perto dela nos últimos dias, ainda estão ocorrendo em áreas não muito distantes, declarou Grossi. As quatro principais linhas de energia externas do sítio estão todas inoperantes e, no momento, não estão fornecendo eletricidade para residências, fábricas e demais instalações.
Para ajudar a estabilizar a situação, o diretor-geral da AIEA iniciou consultas com as partes relevantes visando o estabelecimento urgente de uma zona de segurança e proteção física nuclear. No início deste mês, ele estabeleceu uma presença contínua da Agência, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), em Zaporizhzhia, depois de ter liderado uma equipe de especialistas no local.
Como parte do apoio contínuo da AIEA à segurança e proteção física nuclear na Ucrânia, Rafael Grossi disse ontem, 13, que um segundo grande carregamento de assistência chegou ao país, incluindo monitoramento de radiação e equipamentos de proteção individual fornecidos pela Hungria, Romênia e Espanha.
A entrega às centrais nucleares ucranianas de Rivne e South Ukraine, bem como ao regulador do país e seu serviço de emergência estatal, foi organizada por meio da Rede de Resposta e Assistência da AIEA (Ranet, na sigla em inglês), na qual países podem registrar suas capacidades de apoio em áreas que vão desde avaliação de doses de radiação e descontaminação a avaliação e aconselhamento de instalações nucleares, busca e recuperação de fontes radioativas e muito mais. Saiba mais sobre o envio de equipamentos para a Ucrânia ocorrido em julho passado aqui.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 101
+ Situação na usina nuclear de Zaporizhzhia é ‘insustentável’ e zona de proteção é necessária, diz Grossi ao Conselho de Governadores da AIEA (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração introdutória do diretor-geral da AIEA ao Conselho de Governadores (em inglês – fonte: IAEA)
+ Ucrânia desliga maior usina nuclear da Europa (fonte: Deutsche Welle – DW / G1)
+ Nuclear Safety, Security and Safeguards in Ukraine – 2nd Summary Report by the director general (28 April – 5 September 2022)
Foto: Bandeira da AIEA / Divulgação
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)