A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tomou conhecimento ontem, dia 12, de que uma segunda linha de energia de backup para a central nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP, na sigla em inglês), na Ucrânia, foi restaurada, permitindo que o operador mantenha uma linha em reserva enquanto a outra fornece à instalação a eletricidade externa necessária para o resfriamento do último reator desligado e outras funções essenciais de segurança.
Em outro marco significativo para a segurança na maior central nuclear da Europa, o reator que foi desativado anteontem, dia 11, entrou em um estado de desligamento a frio como os outros cinco do sítio, o que significa que ele exigirá menos energia para ser resfriado.
Essa usina, a de nº 6 da central, foi a última a ser desativada – isso ocorreu após a restauração, no sábado (10), de uma linha de energia de 330 quilovolts (kV), a qual permitiu que o sítio tivesse acesso a eletricidade externa em vez de depender de um de seus reatores para suprimento de eletricidade. Uma linha de 750/330 kV também já foi restaurada e está sendo utilizada para fornecer ao complexo a energia necessária para suas funções de segurança, mantendo a linha de 330 kV restaurada em reserva. As duas linhas restauradas podem receber energia da rede por meio de uma usina termelétrica próxima.
Apesar das melhorias das condições relacionadas ao acesso à eletricidade externa, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, enfatizou que a situação de segurança e proteção física em Zaporizhzhia – localizada em zona de guerra – continua precária. As quatro principais linhas de energia externas da ZNPP estão todas inoperantes e, atualmente, a central nuclear não está fornecendo eletricidade para residências, fábricas e demais instalações.
“Uma zona de segurança e proteção física nuclear é urgentemente necessária e comecei as consultas iniciais com as partes relevantes”, explicou o diretor-geral em comunicado emitido ontem, 12, ao Conselho de Governadores da AIEA.
Leia a declaração original do diretor-geral da AIEA, em inglês, aqui.
+ Situação na usina nuclear de Zaporizhzhia é ‘insustentável’ e zona de proteção é necessária, diz Grossi ao Conselho de Governadores da AIEA (em inglês – fonte: IAEA)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a situação na Ucrânia – Update 100
+ Declaração introdutória do diretor-geral da AIEA ao Conselho de Governadores (em inglês – fonte: IAEA)
+ Ucrânia desliga maior usina nuclear da Europa (fonte: Deutsche Welle – DW / G1)
+ Declaração do diretor-geral da AIEA sobre a grave situação na usina nuclear de Zaporizhzhia
+ Nuclear Safety, Security and Safeguards in Ukraine – 2nd Summary Report by the director general (28 April – 5 September 2022)
Foto: Diretor-Geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi dirigiu-se ao Conselho de Governadores da Agência ontem, dia 12, na sede da instituição, em Viena, Áustria / Crédito D. Calma/IAEA
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)